quarta-feira, 4 de abril de 2012

Páscoa sem exageros - pros pequenos!


As crianças adoram chocolate e, por isso, é tão difícil dar um breque na comilança. Como encontrar o meio-termo e tirar proveito da guloseima, que é cheia de atributos?
No meios das variedades de sabores do chocolate, no ranking dos especialistas, o chocolate amargo ocupa lugar de honra. Ele concentra boa quantidade de substâncias antioxidantes, que reduzem o risco de doenças cardiovasculares, é ótimo tanto para os adultos como para os pequenos. Além disso, apresenta propriedades antiinflamatórias, melhora o humor e dá o maior pique.
Só que, na preferência infantil, a versão amarga perde para o chocolate ao leite e companhia. É aí que mora o perigo. "No processo de fabricação desses tipos, entram as maléficas gorduras saturadas", argumenta Priscilla Efraim, engenheira de alimentos do Instituto de Tecnologia de Alimentos Chocotec (Ital), de Campinas (SP). "A versão diet só se diferencia por não conter sacarose. Então, está liberada para os diabéticos. Já o orgânico não tem nenhum tipo de aditivo químico na sua composição." Sem dúvida, é um ponto a favor deste último, mas... infelizmente, as tais moléculas gordurosas, nada saudáveis, também marcam presença.

A gordura não é o único senão. "Por causa também do teor elevado de açúcar, o exagero pode levar à obesidade e aumentar a incidência de cáries", alerta a engenheira de alimentos. 

Como dosar? "A dica é partir uma barra em pedacinhos e oferecer um pouco por vez." Para não deixar nenhuma margem a dúvidas, a nutricionista Adriana Servilha Gandolfo, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo (FMUSP), resume, numa frase, um conceito sobre o qual especialista nenhum discute: "Criança tem que ter hábito alimentar saudável, com ingestão de frutas, verduras, legumes e pouca gordura". 30 gramas por dia está o.k., desde que a criança não esteja acima do peso.

Outra questão que enche de pontos de interrogação a cabeça dos pais: qual a melhor idade para liberar a iguaria? "A partir de 1 ano", defende Adriana Bajzek Barbosa, pediatra do Hospital São Camilo, em São Paulo. "O que pode causar problemas é o modo como o chocolate entra na dieta."

Uma regra de ouro é oferecer a guloseima como sobremesa, mas não fazer do chocolate uma moeda de troca para a criança raspar o prato. "Transformar o doce em prêmio é estimular maus hábitos alimentares", condena Adriana Bajzek, que faz questão de enfatizar: "Ela tem que aprender desde cedo a comer de tudo um pouco".